O tema é recorrente! Continuamos a bradar no deserto. Enquanto os governos no nível Est Municipal não se conscientizarem que o problema do financiamento do SUS deve ser resolvido de modo tripartite continuaremos a ver desfilar o fechamento de Santas Casa e Hospitais Filantrópicos.

Nos últimos 6 anos já foram fechados 615 hospitais filantrópicos com a desativação de 7 mil leitos no SUS.

As Santas Casas e hospitais filantrópicos reconhecem publicamente a atenção que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, tem dedicado ao segmento, em especial ao esforço para sanear as finanças das Instituições. 

O problema é que nem sempre o socorro prometido chega às Santas Casas. 

A linha de crédito especial destinada às Santas Casas não foi praticada pela rede bancária. 

A linha de crédito não atende às expectativas do setor, os juros são altos e diminuíram o prazo de pagamento, o processo é lento e burocrático. 

O setor que já enfrenta um endividamento superior a 20 bilhões de reais, em tempo de pandemia, são obrigados a contrair empréstimos consignados com juros maiores que os da agricultura e da indústria. 

Em razão desse subfinanciamento aos filantrópicos, o setor vive a maior crise da história. 

Em boa hora a CMB- Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas faz movimento para sobrevivência dessas Instituições, e lança a campanha – Chega de Silêncio! Gestores e profissionais de saúde rompem o silêncio para expor a crise da maior rede hospitalar do SUS. 

Esse segmento dispõe, hoje, de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI. 

É importante assinalar que desde o início do plano real a tabela SUS e seus incentivos foi reajustada, em média 94% enquanto o INPC foi de 636%, o salário mínimo foi 1.598% e gás de cozinha 2.416%. 

Dados levantados recentemente pelo Jornal Estado de São Paulo indicam que o custo dos serviços prestados ao sistema público, em valores de 2018, elevou-se a R$ 24 bilhões, recebendo em contrapartida R$ 15 bilhões, gerando um déficit de R$ 11 bilhões. 

O modelo é nitidamente insustentável só podendo levar à insolvência. 

Assim, se não houver políticas imediatas, consistentes, de subsistência para estes hospitais, dificilmente suas portas se manterão abertas e a falta de assistência da população é fatal. 

No caso específico de nossa Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza, só o reajustamento puro e simples do contrato que mantemos com a SMS, há anos, sem reajustamento e o pagamento das portarias estabelecidas pelo Ministério da Saúde acrescentaria valores suficientes para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato ora em vigor. 

Como se verifica não é exigir nada além do razoável e fácil atendimento, mormente quando poderia tal acréscimo ser atendido pelo Médico Prefeito em comum acordo com a senhora Governadora do Estado, tendo em vista o grande serviço prestado pela Santa Casa aos menos favorecidos pela sorte. 

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